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sexta-feira, junho 20, 2014

Em coletiva sobre racismo ex-árbitro Marcio Chagas declara: Eu não sou macaco e não quero ser visto com um

Aurea Lucia
Paulo Motta
Rio de Janeiro


Os recentes casos de racismo na Copa deram
o tom da coletiva ( Foto: Mírian de Sousa)
O racismo é um dos temas mais abordados ultimamente, principalmente porque houveram alguns casos dentro da Copa, como os ataques racistas dos espanhóis aos brasileiros pelas redes sociais e a suspeita de racismo por parte dos mexicanos durante a partida da última terça(17). Sobre estes e outros assuntos é que a Ministra-Chefe de Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial Luiza Bairros e o comentarista de arbitragem e ex-árbitro Márcio Chagas se reuniram com os jornalistas no Forte de Copacabana para falar sobre o tema "Copa sem racismo", onde foram abordadas as diversas formas de ação e combate ao racismo.

Dentro do conceito esportivo, foi citado, o grande racismo por parte de grupos isolados de terceiros , que se sentiam protegidos em meio a grandes aglomerados de torcedores para atingir de forma racista e ofensiva profissionais do meio esportivo.
Segundo a ministra "Há intensos esforços por parte do governo para a repreensão de grupos que propaguem o racismo, a homofobia e qualquer forma ofensiva. Exaltando o racismo como crime inafiançável."
Dados sugerem um aumento considerável no número de denúncias racistas em todo o Brasil, algo que foi comentado pelo ex-árbitro, quanto a dificuldade pessoal de expor suas denúncias, dificultando a ação das leis.
Ministra Luiza Bairros ainda não tem números referentes
ao aumento das denúncias racistas (Foto: Paulo Motta)
 
Apesar de estar na fase inicial da Copa, já é notório que os casos de racismo estão "manchando"  o evento. Logo após o jogo realizado entre Espanha e Chile, que culminou com a precoce eliminação da atual campeã do mundo, um grupo de  torcedores espanhóis , atacaram por meio de redes sociais, torcedores brasileiros e os próprios chilenos, chamando-os de 'macacos'. Sobre este caso, a Ministra afirmou que os casos de racismo feito pela internet são enviados à Polícia Federal, onde tem um setor especializado que rastreia a autoria dos comentários.
 - Esses comentários que são veiculados através de algum provedor conhecido, o nosso comportamento tem sido de entrar em contato com quem é responsável pela veiculação dessas mensagens e a partir disso, fazer os acordos necessários para que isso não mais aconteça. - complementou a ministra.

Marcio ainda continua ligado à arbitragem
em função administrativa (Foto: Mírian de Sousa
)
Em processo de finalização o lançamento do Disk Igualdade Racial, dará a possibilidade de fazer denúncias sobre todos os casos  de agressão racial. Até o lançamento deste serviço haverá uma série de debates e oficinas com a defensoria pública para ajudar na conscientização e combate prévio.

Márcio comentou sobre a campanha criada após o ato de racismo contra Daniel Alves.
 - Eu não sou macaco e não quero ser visto com um macaco. Eu sou negro sim e tenho orgulho de ser negro, de ser filho de negros. Assim como os brancos devem ter orgulho de serem brancos.


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